Nos últimos séculos, especialmente no período da Guerra Fria, as grandes potências mundiais investiram de forma intensa na criação de diversos tipos de tecnologias. Como consequência o aparato tecnológico avança em escala exponencial, intrínseco ao cotidiano das populações, moldando o modo como as relações sociais passaram a acontecer. Nesse sentido, nos últimos anos, pode-se dizer que a Inteligência Artificial (IA) emergiu como uma força transformadora, com a capacidade de moldar a economia em escala global em diferentes níveis. Desde a otimização de processos industriais até a automação de determinadas tarefas voltadas ao âmbito administrativo. O surgimento das IAs atesta um novo estágio civilizatório, repleto de potencial no que se refere ao aumento de eficiência dos processos industriais. Nessa perspectiva, entende-se que um dos principais impactos das IAs na economia implica diretamente no modelo como o mercado de trabalho passou a operar com o surgimento dessas ferramentas.
Embora a automação de determinadas funções levante um debate sobre um possível quadro de desemprego em larga escala, essas ferramentas também estão criando uma gama complexa de oportunidades, em especial para aqueles que atuam na área da Tecnologia da Informação (TI). Nesse novo mercado que cresce constantemente, profissionais com conhecimento em IA, em machine learning e análise de dados são tratados como popstars, devido à grande demanda por esses serviços. É importante enfatizar que esses profissionais contribuem, também, diretamente para o aumento da indústria de tecnologia, que gera, por consequência, o aumento de empregos no setor. Além disso, as IAs estão revolucionando a maneira como as empresas passaram a se relacionar com os seus consumidores. Um grande exemplo dessas mudanças são os assistentes virtuais e chatbots, que melhoram significativamente o atendimento ao cliente, viabilizando respostas precisas e rápidas. No mundo contemporâneo, a experiência do usuário é fundamental para o crescimento de um negócio. A implementação das IAs nesse nicho não melhorou somente a satisfação do cliente, mas aumentou drasticamente em termos de eficiência as operações comerciais de uma forma nunca vista até então.
As IAs também estão sendo amplamente aplicadas em análises financeiras e previsões econômicas. Ao contrário dos seres humanos, os algoritmos de IA possuem a capacidade de analisar um volume expressivo de dados em tempo real, identificando as tendências e os riscos que, dificilmente, conseguiríamos detectar de forma manual. Essa vantagem que as IAs proporcionam permite que as empresas tomem decisões muito mais embasadas, viabilizando uma rápida adaptação às mudanças que acontecem no mercado em distintas escalas. Em razão disso, o cenário econômico mudou significativamente. Quando se fala sobre tendências voltadas para o setor econômico, as IAs continuam desempenhando papel fundamental. Programadores e cientistas de TI estimam que, com o passar do tempo e a melhora do desenvolvimento de linguagem natural, as IAs devem alcançar um nível de aprendizado mais profundo, permitindo a criação de sistemas extremamente sofisticados e autônomos.
Tal movimentação fará com que as IAs passem a ser incorporadas cada vez mais em outros setores da sociedade, como o de saúde, transporte e educação, gerando melhorias significativas em termos de totalidade. De acordo com Giovanni Cerri, presidente dos institutos de inovação (InovaHC) e de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas, que opera junto da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), as IAs são “um instrumento de auxílio que melhora a produtividade, aumenta a segurança e reduz a possibilidade de erro”. Além disso, o professor também diz que existe “um grande potencial para a inteligência artificial na medicina”, enfatizando que “dificilmente se fará atendimento de saúde de qualidade no futuro sem IA”. Por conseguinte, de acordo com Rodrigo Silva, professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, “a comunidade científica acredita que esse é o melhor momento da IA”. Silva também enfatiza que “o poder computacional e a possibilidade de implementar diferentes tipos de IA se tornaram mais tangíveis”, de modo que, atualmente, os investimentos não representam mais um empecilho. O Brasil, por exemplo, ainda este ano, deve superar a marca de 1 bilhão de dólares investidos em IA, um crescimento de 33%, em relação ao ano passado. Em relação à educação, cursos como engenharia da computação EAD (Ensino a Distância) ou presencial estão tornando-se cada vez mais populares para aqueles que almejam aprender mais sobre TI e IAs. Por fim, é importante deixar claro que, no século XXI, as IAs representam mais do que um salto tecnológico, mas uma quebra de paradigma no que se refere ao âmbito social, político e econômico, pilares básicos de qualquer formação social. No final das contas, as IAs estão moldando a economia global de diversas formas, desde a transformação do mercado de trabalho, a melhora da experiência dos usuários, bem como as previsões econômicas. Nesse sentido, enquanto as IAs evoluírem mais, possivelmente novas transformações ocorrerão em distintas escalas.