O termo “desenvolvimento a convite” refere-se a uma estratégia de desenvolvimento econômico adotada por alguns países da Ásia Oriental, principalmente Japão, Coreia do Sul e Taiwan, durante o século XX. Essa abordagem envolveu a colaboração estreita entre o governo e o setor privado, com um forte papel do Estado na promoção e direcionamento do desenvolvimento industrial. Essa estratégia se baseou em dois princípios fundamentais: a industrialização orientada para a exportação e a promoção de setores estratégicos da economia. Os governos desses países buscaram atrair investimentos estrangeiros e tecnologias avançadas, bem como apoiar o desenvolvimento de indústrias-chave que pudessem competir no mercado global. Esses países adotaram políticas industriais ativas, oferecendo incentivos fiscais, subsídios e acesso a mercados internos e externos. Além disso, eles também investiram em educação e formação de mão de obra qualificada para atender às necessidades das indústrias em crescimento. O Japão foi pioneiro nessa abordagem de desenvolvimento após a Segunda Guerra Mundial, com seu famoso modelo de desenvolvimento econômico conhecido como “milagre japonês”. O governo japonês implementou políticas industriais agressivas, apoiou a pesquisa e desenvolvimento, promoveu parcerias entre empresas privadas e públicas e incentivou a inovação tecnológica. Isso permitiu que o Japão se tornasse uma potência econômica global em um curto período de tempo.
Em seguida, a Coreia do Sul e Taiwan seguiram estratégias semelhantes de desenvolvimento a convite. Eles focaram na industrialização orientada para a exportação, com destaque para setores como eletrônicos, automóveis, navios e produtos químicos. Esses países também investiram pesadamente em educação e pesquisa científica para desenvolver uma força de trabalho altamente qualificada. O desenvolvimento a convite na Ásia Oriental trouxe resultados impressionantes. Esses países experimentaram um rápido crescimento econômico, redução da pobreza e aumento do padrão de vida da população. Eles se tornaram conhecidos por suas indústrias competitivas e inovadoras, conquistando uma posição de destaque no comércio global. A estratégia de desenvolvimento a convite na Ásia Oriental demonstrou a importância de uma parceria efetiva entre o governo e o setor privado, bem como a ênfase na educação, inovação e setores estratégicos. Essa abordagem ajudou a transformar esses países em economias avançadas e a impulsionar seu desenvolvimento econômico e social.
Os Estados Unidos desempenharam um papel significativo no desenvolvimento a convite na Ásia, especialmente no Japão, Coreia do Sul e Taiwan. A presença e influência dos Estados Unidos nessas regiões foram impulsionadas por uma combinação de fatores, incluindo a Guerra Fria, a busca por mercados internacionais e a disponibilidade de tecnologias avançadas. Os Estados Unidos forneceram assistência técnica, treinamento e transferência de tecnologia para empresas asiáticas, especialmente nas áreas de manufatura, eletrônicos, automóveis e química. Isso ocorreu tanto por meio de parcerias comerciais entre empresas americanas e asiáticas quanto por meio de acordos governamentais. Um exemplo notável é o Japão, que recebeu assistência dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial por meio do programa conhecido como “Allied Occupation”. Durante esse período, os Estados Unidos ajudaram a reconstruir a indústria japonesa, fornecendo conhecimentos técnicos, investimentos e acesso ao mercado americano. Isso permitiu que empresas japonesas como a Toyota, Sony, Panasonic e Honda adquirissem conhecimentos e tecnologias americanas, além de estabelecerem parcerias comerciais duradouras. Na Coreia do Sul, durante os anos 1960 e 1970, os Estados Unidos também desempenharam um papel importante na industrialização do país. Por meio de programas de ajuda econômica e militar, os Estados Unidos incentivaram a modernização da indústria coreana, com ênfase na produção de bens de consumo duráveis e eletrônicos. Empresas como Samsung, LG e Hyundai se beneficiaram dessa colaboração, recebendo tecnologias e investimentos dos Estados Unidos.
Em Taiwan, os Estados Unidos apoiaram o desenvolvimento de indústrias estratégicas, como a eletrônica e a tecnologia da informação. Empresas como a TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company) se destacaram nessa área e se tornaram líderes globais na fabricação de chips semicondutores. Esses são apenas alguns exemplos de como as empresas asiáticas se beneficiaram das transferências de tecnologia dos Estados Unidos. A colaboração entre os Estados Unidos e os países asiáticos no âmbito do desenvolvimento a convite foi vantajosa para ambos os lados, pois permitiu o crescimento econômico dessas nações e proporcionou às empresas americanas acesso a novos mercados e parcerias estratégicas. No entanto, é importante notar que essas transferências de tecnologia nem sempre ocorreram de forma equilibrada, e houve críticas sobre a dependência tecnológica dos países asiáticos em relação aos Estados Unidos. Nas últimas décadas, países como Japão, Coreia do Sul e Taiwan têm buscado desenvolver e inovar suas próprias tecnologias, diminuindo sua dependência externa.