O investimento público desenhou o território dos EUA e expandiu a fronteira tecnológica do mundo

As ferrovias foram cruciais na Guerra Civil dos 1860. Estimularam uma explosão de construção e inovação no Norte. Após a guerra, o governo financiou e facilitou a construção de ferrovias transcontinentais, percebendo que eram cruciais para permitir o controle e pacificação do extenso território conquistado nos anos anteriores à guerra. Os EUA estavam dispostos a construir barragens, estradas e pontes como forma de lutar contra a Grande Depressão, mas foi durante os anos da 2ª Guerra Mundial que a construção realmente acelerou. E então houve a Guerra Fria. À medida que as tensões com a URSS aumentaram na década de 1950, os EUA responderam com uma explosão de investimento público que durou até o final dos anos 60. Muito disso foi para construir o Sistema de Rodovias Interestaduais. Embora grande parte da motivação para a Lei das Rodovias Federais de 1956 fosse o crescimento da economia, o presidente Eisenhower também foi motivado pela necessidade de evacuar as cidades com eficiência no caso de um ataque nuclear soviético. (Eisenhower foi inspirado a construir as interestaduais por sua experiência em mover veículos militares ao longo das densas redes rodoviárias da Europa durante a Segunda Guerra Mundial.) Felizmente, as interestaduais nunca tiveram que ser usadas para evacuações de guerra nuclear. Mas certamente beneficiaram a economia, facilitando o comércio e possibilitando a criação de redes de cidades.

E, finalmente, há investimento em capital humano. Foi o medo da tecnologia soviética – especialmente o Sputnik – que fez com que os EUA aprovassem a Lei de Educação de Defesa Nacional em 1958. Isso deu início a um grande boom no ensino superior que brevemente tornou os EUA o país mais educado do mundo e ajudou tornar nosso sistema universitário o melhor do mundo. A criação de uma ampla força de trabalho de engenheiros e cientistas permitiu aos EUA reter e estender a supremacia nas indústrias de alta tecnologia até o início do século 21. Enrico Moretti, Claudia Steinwender e John Van Reenen mostram em um artigo recente que os gastos militares com P&D aumentam os gastos privados com P&D, o que acaba aumentando a produtividade. Mostram no trabalho evidências de “crowding in” em vez de “crowding out”, já que aumentos em P&D financiado pelo governo para um setor ou empresa resultam em aumentos significativos em P&D do setor privado nesse setor ou empresa. Em média, um aumento de 10% na P&D financiada pelo governo gera um aumento adicional de 5% a 6% na P&D financiada pelo setor privado. Também encontram evidências de repercussões internacionais, à medida que aumentos em P&D financiado pelo governo em um determinado setor e país aumentam a P&D privada no mesmo setor em outros países. Aumentos em P&D privado induzidos por aumentos em P&D de defesa resultam em ganhos de produtividade.

referências:

https://noahpinion.substack.com/p/natsec-is-how-america-gets-things

https://www.nber.org/papers/w26483

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