O modelo Balassa-Samuelson e o preço do Big Mac

O modelo de Balassa-Samuelson é uma teoria econômica que busca explicar a determinação das taxas de câmbio no longo prazo com base na relação entre produtividade e preços relativos entre os países. Essa teoria assume que existem diferenças na produtividade entre os setores de bens comercializáveis (que podem ser exportados e importados) e não comercializáveis (que são consumidos internamente). De acordo com o modelo, países com maior produtividade no setor de bens comercializáveis tendem a ter salários mais altos nesse setor em comparação com os países de menor produtividade. Isso ocorre devido à competição global e à busca por eficiência nos setores exportadores. Essa diferença de produtividade e salários entre os setores comercializáveis e não comercializáveis leva a um aumento dos custos de produção dos bens não comercializáveis em países com maior produtividade. Por sua vez, isso resulta em um aumento dos preços internos desses bens.

A teoria de Balassa-Samuelson postula que, no longo prazo, essas diferenças de preços relativos entre bens comercializáveis e não comercializáveis se refletem nas taxas de câmbio. O aumento dos preços internos dos bens não comercializáveis em países mais produtivos leva a uma apreciação da taxa de câmbio real desses países em relação aos países menos produtivos. Em outras palavras, o modelo sugere que países com maior produtividade nos setores exportadores tendem a ter uma moeda mais valorizada em relação aos países com menor produtividade. Essa valorização da moeda é resultado do aumento dos preços internos dos bens não comercializáveis, impulsionado pela diferença de produtividade entre os setores. No entanto, é importante destacar que o modelo de Balassa-Samuelson é uma simplificação da realidade e tem limitações. Ele não leva em consideração fatores como custos de transporte, barreiras comerciais, diferenças institucionais e políticas monetárias, que também influenciam as taxas de câmbio. Além disso, o modelo se baseia em pressupostos como a igualdade de preços de bens comercializáveis entre os países e a ausência de distorções no mercado de trabalho. Apesar de suas limitações, o modelo de Balassa-Samuelson é uma contribuição importante para a compreensão dos determinantes das taxas de câmbio no longo prazo, destacando a relação entre produtividade e preços relativos.

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