O discurso do conselheiro econômico da Casa Branca, Jake Sullivan, tem sido usado por muitos como o marco de um novo consenso de Washington de políticas industriais para ajudar os EUA a lutarem contra a China. Fica para trás a página neoliberal que acabou ajudando o concorrente asiático que hoje já é bem maior do que a própria indústria americana. Os pilares do discurso de Sullivan são:
1/ Os Estados Unidos estão buscando uma estratégia industrial e de inovação moderna, em parceria com o mundo, para promover uma ordem econômica global mais justa e duradoura.
2/ Quatro desafios fundamentais foram identificados: a base industrial esvaziada, competição geopolítica e de segurança, crise climática e desigualdade.
3/ A estratégia de construção do Presidente Biden visa capacidade, resiliência e inclusão, investindo em infraestrutura, tecnologia limpa, pesquisa, desenvolvimento, saúde e educação.
4/ A abordagem multilateral e parcerias internacionais são fundamentais para enfrentar desafios globais, promovendo normas elevadas, comércio justo e fortalecimento das cadeias de suprimentos globais.
5/ Os investimentos estimados em US$ 3,5 trilhões na próxima década visam criar empregos de qualidade, fortalecer a competitividade e promover a inovação.
6/ A reforma das instituições econômicas internacionais, como o Banco Mundial e a OMC, é necessária para torná-las mais eficientes, inclusivas e capazes de enfrentar os desafios do século XXI.
7/ A renovação da liderança econômica dos EUA busca reconstruir as bases industriais e tecnológicas, fortalecer a resiliência, promover a transição para uma economia de energia limpa e abordar a desigualdade.
8/ A política externa para a classe média é parte integrante dessa abordagem, visando uma economia forte e uma ordem econômica global mais justa.
9/ O objetivo é construir uma economia próspera nos EUA e um mundo mais equitativo e sustentável para todos.
Uma estratégia industrial americana moderna identifica setores específicos que são fundamentais para o crescimento econômico, estratégicos do ponto de vista da segurança nacional e nos quais a indústria privada, por si só, não está preparada para fazer os investimentos necessários para garantir nossas ambições nacionais. Ela implementa investimentos públicos direcionados nessas áreas, que desbloqueiam o poder e a criatividade dos mercados privados, do capitalismo e da concorrência para estabelecer uma base para o crescimento de longo prazo. Ela ajuda a permitir que as empresas americanas façam o que fazem de melhor – inovar, expandir e competir. Trata-se de atrair investimentos privados – não substituí-los. Trata-se de fazer investimentos de longo prazo em setores vitais para o bem-estar nacional – não de escolher vencedores e perdedores. E essa estratégia tem uma longa tradição neste país. Na verdade, mesmo quando o termo “política industrial” saiu de moda, de alguma forma ele continuou silenciosamente em ação para a América – desde a DARPA e a internet até a NASA e os satélites comerciais. A política industrial voltou com força para combater a China!
link para o discurso:
Enquanto brigam contra a China, os chineses já contam com 88% da população global buscando parcerias e negócios. Quando os americanos irão acordar, que essa fase de liderança já acabou?