O Reino Unido migrou da indústria para os serviços sofisticados

*escrito com Daniel Bispo

Atualmente, a economia inglesa é a décima primeira economia mais complexa do mundo e está entre os trinta maiores PIBs per capita do planeta. Tem também o 15º maior IDH, acima de países como Estados Unidos, Bélgica e Japão. Em 1973, o Reino Unido entrou na Comunidade Econômica Europeia (CEE), a precursora da União Europeia. A atual União Europeia tem três membros base, que são suas economias mais ricas: Alemanha, França e Reino Unido. No entanto, o Reino Unido não adota o euro, mas sim a libra, o que sempre lhe deu mais liberdade monetária, como o poder de expansão da moeda. A União Europeia para o Reino Unido é uma Zona de Mercado Comum, que vai além de um acordo comercial. O Mercado Comum predispõe a livre circulação de pessoas, bens, serviços e produtos. Ou seja, nada impede que uma empresa Inglesa venda seus produtos na Alemanha ou em outro qualquer membro da UE. No entanto, nada impede que o contrário também aconteça. Os ingleses alegam estarem perdendo mais do que ganhando dentro da União Europeia.

Em 1973, o PIB per capita do Reino Unido era de U$ 3426, mas em 2017 seu PIB per capita era de U$ 39720. Em valor bruto, um crescimento de 1059% em apenas 44 anos. A título de comparação, no mesmo período de tempo e sobre as mesmas condições impostas pelo bloco europeu, o PIB Per capita Alemão cresceu em valor bruto cerca de 764% e o Francês cerca de 682%. O Reino Unido tem uma balança comercial deficitária, assim como a França. Dos três, só os alemães tem uma balança superavitária. A maior parte das exportações do Reino Unido são produtos relacionados a indústria automobilística, farmacêutica, turborreatores e ouro transformado. A maior parte das importações inglesas são também produtos da indústria automobilística e produtos brutos como ouro e petróleo. O maior destinos das exportações é a União Europeia, cerca de 60%, que somam U$ 400 bilhões. Mas também, a maior parte de suas importações vem da União Europeia, com cerca de 60%, mas que somam U$ 617 bilhões. Ou seja, o país compra muito mais do que vende para a União Europeia.

Apesar de ter balança negativa o Reino Unido é um dos “cérebros” desse esquema. as sedes das maiores empresas que operam na UE estão também no Reino Unido desenvolvendo softwares e novas tecnologias. O volume de negócios em tecnologia digital em 2018 foi de 184 bilhões de libras, colocando o Reino Unido como a quarta nação mais inovadora da terra. Ou seja, os trabalhadores ingleses estão fazendo serviços sofisticados para as fábricas em que poloneses e húngaros trabalham, por exemplo. Portanto, os ingleses ganham melhor porque trabalham gerenciando e projetando a máquina e não operando, como os países europeus de salários mais baixos. Os países desenvolvidos tendem a se desindustrializar porque passam a usar seus trabalhadores para serviços mais complexos, mais do que na própria indústria. O que não é o caso do Brasil. No entanto, isso também causa déficits nas antigas regiões industriais que passam a decadência, como é o caso do nordeste estadunidense, o cinturão da ferrugem.

REFERÊNCIAS:

1. http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/06/veja-4-possiveis-impactos-economicos-da-saida-do-reino-unido-da-ue.html

2. https://oec.world/pt/profile/country/gbr/

3. https://oec.world/en/profile/country/fra/

4. https://oec.world/pt/profile/country/deu/

5. https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%ADda_do_Reino_Unido_da_Uni%C3%A3o_Europeia

5. http://datatopics.worldbank.org/world-development-indicators/themes/economy.html

7. https://brasilescola.uol.com.br/geografia/classificacao-dos-blocos-economicos.htm

8. https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_%C3%8Dndice_de_Desenvolvimento_Humano

9. https://www.great.gov.uk/international/content/industries/technology/?lang=pt

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