A Ásia de sucesso (do leste) conseguiu criar e desenvolver indústrias que são hoje campeãs internacionais. Está aí o segredo de Coreia, Japão e China. Empresas complexas e inovadoras que foram aos poucos conquistando os mercados mundiais. O tecido produtivo desses países foi se sofisticando e o avanço tecnológico ocorreu nas atividades chave. Para os autores clássicos do desenvolvimento econômico as atividades produtivas são diferentes em termos de suas habilidades para gerar crescimento e desenvolvimento. Atividades com altos retornos crescentes de escala, alta incidência de inovações tecnológicas e altas sinergias decorrentes de divisão do trabalho dentro das empresas e entre empresas são fortemente indutoras de desenvolvimento econômico (Reinert 2009, pg. 9). São atividades onde em geral predominam competição imperfeita e todas as características desse tipo de estrutura de mercado (importantes curvas de aprendizagem, rápido progresso técnico, alto conteúdo de R&D, grandes possibilidades de economias de escala e escopo, alta concentração industrial, grandes barreiras à entrada, diferenciação por marcas, etc). Esse grupo de atividades de alto valor agregado se contrapõe às atividades de baixo valor agregado, em geral praticadas em países pobres ou de renda média com típica estrutura de competição perfeita (baixo conteúdo de R&D, baixa inovação tecnológica, informação perfeita, ausência de curvas de aprendizado e possibilidades de divisão do trabalho (Reinert e Katel 2010, pg 7.) Para esses economistas o aumento de produtividade de uma economia viria justamente da subida da escada tecnológica, migrando de atividades de baixa qualidade para as atividades de alta qualidade, rumo à sofisticação tecnológica do tecido produtivo (Bresser-pereira 2014, pg.103). Para isso a construção de um sistema industrial complexo e diversificado é fundamental, sujeito a retornos crescentes de escala, altas sinergias e linkages entre atividades (Reinert 2010, pg.3). A especialização em agricultura e extrativismos não permitiria esse tipo de evolução tecnológica.
Antes da sabotagem, até 2010, as empresas brasileiras tinham um valor de mercado de 2,5 trilhões de dólares.
A Coreia do Sul só tem a Samsung de empresa com valor acima de 100 bilhoes
O Brasil por enquanto só a Ambev, mas até 2010, Vale e Petrobras valiam mais de 200 bilhões
Com certeza, com a alta do petróleo e a confirmação dos 300 bi de barris, a Petrobrás volta a ter a força que tinha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_das_maiores_empresas_do_mundo
o ponto é que os campeões asiáticos são manufaturas e não extrativismos de commodities!
Paulo, você poderia colocar as referências do Reinert no texto? Conheci o autor a pouco tempo, e gostaria de ler mais textos do autor.
claro! o livro dele acabou de ser traduzido para o português: Como os países ricos ficaram ricos …e por que os países pobres continuam pobres, Erik S. Reinert,448 páginas, editora Contraponto, ISBN: 9788578661229, Tradução de Caetano Penna