Num instigante trabalho que conecta complexidade, instituições e desigualdade Cesar Hidalgo, Dominik Hartman, et el conseguem demonstrar de maneira robusta que países mais complexos apresentam níveis de desigualdade menores medidos por coeficientes gini. Os autores constroem uma criativa metodologia de índice gini ajustado por complexidade do tecido produtivo e chegam a resultados impressionantes em termos de correlações entre o que se produz e quão desigual, internamente, é um país. Como destacado no mapa acima, por exemplo, todos países produtores de cobre no mundo são mais desiguais (guardadas as devidas questões idiossincráticas) do que todos países produtores de máquinas e peças necessárias para a produção de papel.
A desigualdade de um país diminui conforme sua complexidade econômica aumenta
Muito interessante o trabalho. Instintivamente eu diria que um outro fator que ajuda a redução da desigualdade em sociedades mais complexas, seria a necessidade de elevar o nível de edução e conhecimento da população, como um todo, para que as pessoas tenham condição de participar de uma sociedade mais complexa. O nível de instrução de quem cria sistemas logísticos tem que ser mais elevado do que o das pessoas que mineram carvão, por exemplo. Essa população mais educada e instruída passa a ter mais alternativas de trabalho e crescimento pessoal, reduzindo a desigualdade entre elas.
Exato! Estamos fazendo um trabalho para mostrar isso para Brasil de maneira bem clara
Pode nos citar trabalhos em torno do tema?
aqui: https://www.eco.unicamp.br/images/arquivos/Hartmann_WD_May2017.pdf
Paulo, eu não entendi completamente essa descoberta. Eu tenho uma visão metafisica da questão. Vou dividir esta questão em passos. No primeiro passo nascem as estruturas primitivas de produção, unicamente para consumo próprio.No segundo passo criam-se conexões agônicas ou antagônicas com outros produtores, Nesse passo o fluxo de bens pode concorrer entre produtores de bens primários, secundários ou terciários mais ainda de forma competitiva,concorrente. No ultimo passo, ocorre a homeostase, onde se abandona a competição, concorrência e prevalece a colaboração, cooperação entre os produtores. Esse ultimo passo eu chamo de orgânico, fazendo uma analogia com o corpo físico. Dentro dessa minha visão, não consigo entender onde entra a desigualdade abordada por você. Um abraço.