Petróleo em alta pressiona inflação

Na sexta-feira o relatório de empregos dos EUA (Payroll) veio surpreendentemente forte, com a criação de 336 mil empregos em setembro. Os juros de 30 anos ultrapassaram a marca de 5%, causando um grande impacto no mercado. No momento do anúncio dos números, houve uma reação intensa, mas ao longo do dia, a volatilidade diminuiu e os dados foram digeridos com mais calma. O desemprego aumentou ligeiramente devido ao aumento da procura por trabalho, o que foi, na verdade, uma boa notícia. Os salários subiram menos do que o previsto, o que, apesar da alta criação de empregos, foi bem recebido pelo mercado. As bolsas americanas e a IBOVESPA tiveram um dia turbulento, com oscilações significativas. No Brasil, os ativos inicialmente caíram, mas depois subiram um pouco. O real se valorizou, mas ainda ficou acima de R$5,15 em relação ao dólar. O mercado está preocupado com a política de juros nos Estados Unidos. Esta semana, aguardamos o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos EUA, que será um dado crucial. No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na quarta-feira também é de grande importância. O estresse nos juros longos americanos já afetou a estrutura das taxas de juros no Brasil, com o mercado agora projetando uma Selic mais próxima de 10,5% a 10,75% no final do ciclo, em comparação com as expectativas anteriores de 9% a 9,5%. Além disso, o aumento nos preços do petróleo devido ao conflito no Oriente Médio está elevando a preocupação com a inflação. A desvalorização da moeda brasileira também está causando pressões inflacionárias. Os índices de inflação no atacado já mostram altas significativas em setembro, tornando o cenário de inflação mais desafiador do que há alguns meses. Isso tornará a vida do Banco Central Brasileiro mais difícil, especialmente para o próximo ano, com a taxa Selic se aproximando dos 10%. Hoje é feriado nos Estados Unidos, o que afeta o mercado de treasuries. O mercado não apresentou grandes mudanças no Focus, com expectativas de inflação próxima de 5% para este ano e cerca de 3,5% para o próximo ano. O destaque do dia é, sem dúvida, a alta do petróleo de 4% devido ao conflito em curso, e todos estão esperando para ver se a situação se intensificará, principalmente com a possibilidade de o Irã se envolver. A escalada do conflito é motivo de grande preocupação, e todos esperam que ele se mantenha limitado à região entre Israel e a Faixa de Gaza, sem se expandir para uma guerra de maiores proporções.

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