Por que o mundo não cresce mais como antigamente? A meu ver dois fenômenos da última década ajudam a explicar essa nova estagnação secular: excesso de divida e excesso de oferta. A explosão do endividamento publico e privado vem já desde os anos 90, tendo certamente os EUA como motor principal. O motor da renda foi substituído pelo motor do credito. Ninguém tem ativos, tudo e’ colateral de dividas. A sobreoferta mundial tem a ver com a ascensão da asia dinâmica do leste. So a China hoje conta com mais de 100 milhões de trabalhadores produzindo bens manufaturados, tendo saído praticamente do 0 em 1980. A capacidade ociosa da economia chinesa, europeia e americana e’ enorme. A consequência disso e’ inflação baixa permanente, que provoca juros baixos, que por sua vez não são capazes de estimular novos investimentos, nem novo endividamento. O mundo entrou num looping vicioso e Brasil caminha para a mesma trajetória. Não há demanda pela via do investimentos como no passado, a guerra cambial também não funciona mais num mundo sobreoferta. Governos altamente endividados não tem coragem de acionar o gatilho do investimento publico. O mesmo raciocínio pode ser transposto para o Brasil, so que em níveis de taxas de juros nominais e reais ainda muito elevados. Se estivermos mesmo no “novo normal” por aqui, nada de juros altos por um bom tempo agora. O ano de 2016 marcou o final do longo processo de crescimento no Brasil baseado no modelo CCC (crédito, commodities e consumo) iniciado ainda em 2003, e potencializado por políticas anticíclicas no pós-crise de 2008. A forte alavancagem das empresas e famílias brasileiras criou novos patamares de divida, com juros muito mais elevados do que a media mundial.

Aumento do crédito? Boa notícia! Não pode é acontecer o “descrédito”, senão, a vaca vai para o brejo.
Muito bem resumido o texto.
O governo pode ( e, deve ) criar modelo de redistribuição dessa superprodução (sobreoferta).
Esgotado o bem sucedido modelo “CCC”, a taxação do alto(R$$) fluxo financeiro e do estoque da riqueza é o caminho a seguir. Impostos diretos e progressivos para os ricos/ super-ricos, e canalizá-los para os mais desfavorecidos.
Mais uma vez: trata-se de uma decisão política.