A politica cambial no milagre chinês

O câmbio subvalorizado chinês foi parte de uma estratégia que vem dando certo já desde os anos 80. Ao promover a competitividade de seus produtos, o governo chinês foi capaz de implementar, junto com outras políticas, um enorme upgrade na indústria. Esse modelo de crescimento puxado por exportações tem funcionado muito bem, como aliás funcionou no Japão, Coréia do Sul, Taiwan e até mesmo na Malásia, Indonésia e Tailândia. No caso chinês, as reservas já passam de 3 trilhões de dólares e o volume de exportações já se aproxima da casa do 1 trilhão (em 1980 Brasil e China exportavam num ano 20 bilhões de dólares). Para segurar a taxa de câmbio, a China tem um grande aparato de controles de capital e faz pesadas intervenções no mercado. Transações financeiras com o resto do mundo são fortemente controladas, muitas delas proibidas até. O governo chinês é um comprador voraz dos dólares gerados a partir dos mega superávits na conta corrente e comercial. Não deixa o câmbio se apreciar de jeito nenhum, como deveria ser num sistema mais pró-mercado. O ‘abandono’ do câmbio fixo desde 2010 se deve a enorme pressão sobre o regime. Apesar de ter anunciado em 2010 que não mais adotaria um regime de câmbio fixo, o governo chinês continua a fazer corpo mole em relação à questão. Pra que mudar uma estratégia que faz a China crescer a 10% ao ano e já a colocou no patamar de segunda maior economia do mundo?


 

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