O ciclo do ouro no Brasil foi um período marcado pela intensa exploração e extração de ouro, que ocorreu principalmente nos séculos XVIII e XIX. A descoberta de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso atraiu uma enorme quantidade de pessoas em busca de riqueza e oportunidades. Durante esse período, o ouro se tornou a principal fonte de riqueza e moeda de troca no Brasil colonial. A exploração do ouro impulsionou a economia e estimulou o crescimento de cidades, como Ouro Preto e Sabará, além de atrair investimentos de Portugal.

No entanto, apesar da riqueza gerada pelo ciclo do ouro, o Brasil não se industrializou nessa época. Isso pode ser atribuído a alguns fatores:

1. Caráter extrativista: A economia baseada no ouro tinha um caráter predominantemente extrativista. A extração do ouro consistia em retirar o minério dos rios e terras, sem a necessidade de um processo de transformação ou industrialização complexa.
2. Controle econômico português: Portugal exercia um forte controle sobre a economia brasileira e buscava manter o Brasil como uma colônia fornecedora de matérias-primas, em vez de estimular o desenvolvimento de indústrias locais. O objetivo era garantir o monopólio e o envio dos lucros para a metrópole.
3. Política mercantilista: A política mercantilista adotada por Portugal na época priorizava o comércio exterior e a exportação de matérias-primas. Dessa forma, a industrialização não era incentivada, uma vez que o interesse principal era obter lucro através do comércio de produtos primários.
4. Mão de obra escrava: A mão de obra utilizada na extração do ouro era majoritariamente escrava. A presença maciça de escravos dificultava a formação de uma classe trabalhadora livre, que poderia impulsionar a industrialização.
5. Instabilidade política: Durante o ciclo do ouro, o Brasil passou por diversos períodos de instabilidade política, como as revoltas e conflitos internos. A instabilidade política prejudicava a estabilidade econômica e dificultava a implementação de políticas de desenvolvimento industrial.

Esses fatores combinados contribuíram para que o Brasil não se industrializasse no período do ciclo do ouro. A industrialização efetiva do país ocorreria posteriormente, no final do século XIX e início do século XX, com a chegada de imigrantes europeus, a expansão do café e a consolidação de um processo de urbanização e modernização econômica.