Queda do varejo no Brasil

A semana foi marcada por uma série de indicadores de inflação positivos, que ajudaram a derrubar os juros e impulsionar as bolsas de valores no mundo todo. Na China, a inflação no atacado caiu para 5,2% em junho, abaixo das expectativas. No Brasil, o IPCA caiu 0,08% em junho. Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor caiu para 3% em junho, também abaixo das expectativas. Esses indicadores positivos de inflação levaram a uma queda nos juros de dez anos nos Estados Unidos, que começaram a semana acima de 4% e fecharam perto de 3,75%. Os juros mais baixos ajudaram a impulsionar as bolsas de valores no mundo todo. Os preços das commodities, como o petróleo, também se recuperaram, atingindo mais de US$ 80 por barril. No Brasil, a bolsa voltou perto dos 120 mil pontos, com alta de mais de 1%, impulsionada pelo bom desempenho dos preços das commodities. Vale ressaltar que a bolsa teve um desempenho melhor do que a bolsa Small Caps nos últimos dias. O real também se valorizou, ficando abaixo de R$ 4,80, e o DXY, que mede o comportamento do dólar em relação às principais moedas do mundo, atingiu a mínima em anos, abaixo de 100 pontos. O euro, por sua vez, está em máxima histórica numa medida de índice de câmbio real mais completa. Isso está relacionado ao aumento dos juros na Zona do Euro, com a taxa básica de juros podendo chegar a 4%. Hoje pela manhã tivemos um dado de varejo mais fraco do que o esperado, com queda de 1% no Brasil, uma queda significativa. Apesar do otimismo com o Brasil, é importante destacar que existem dois Brasis. Um é o Brasil do agronegócio e das commodities, que está em crescimento. O outro é o Brasil mais dependente de crédito e do setor de varejo, que não está tão bem. Por fim, temos hoje o dado do sentimento do consumidor de Michigan, que é acompanhado de perto pelo mercado para verificar se as expectativas estão mais ancoradas. As notícias sobre inflação têm sido boas, inclusive com expectativas mais comportadas nos Estados Unidos. Uma inflação em torno de 3% nos EUA tranquiliza o mercado, e a perspectiva é de que haja apenas mais um aumento de juros em julho, deixando a taxa em 5,5% e encerrando o ciclo de aumentos do Fed. Isso traria mais tranquilidade com relação aos juros nos Estados Unidos.

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