Real se desvaloriza 2% a R$4,90 com stress nos EUA

Ontem, os mercados enfrentaram um dia estressante com o aumento das taxas de juros de dez anos nos EUA atingindo a máxima desde 2007 chegando a 4,18% e, agora pela manhã, atingindo 4,19%. Vale ressaltar que esse é o título público mais importante do mundo. Além disso, o título de trinta anos também subiu para 4,30%, a máxima em uma década, registrando um aumento de trinta pontos base em apenas dois dias, equivalente a quase nove por cento de perda para quem estava nessa posição. Essas movimentações estão relacionadas ao cenário da dívida americana que levou downgrade da agência FITCH. Por outro lado, o mercado de trabalho nos Estados Unidos ainda se mostra forte, especialmente com os dados do ADP. A incerteza prevalece sobre se estamos chegando ao final do ciclo monetário de alta ou não nos Estados Unidos. Essa alta das taxas de juros nos últimos dias nos EUA teve um impacto generalizado em moedas emergentes, incluindo o real brasileiro, que perdeu dois por cento, atingindo a cotação de 4,90. Na Bovespa, houve uma leve queda levando o índice abaixo de cento e vinte mil pontos, e os juros longos tiveram um aumento considerável. Parte da movimentação da curva de juros também se relaciona à decisão do COPOM, que sinalizou cortes de cinquenta pontos base nas próximas reuniões. O petróleo também está em alta, acima de oitenta e cinco dólares, o que traz preocupações com a inflação nos Estados Unidos. A produção reduzida de petróleo pelos sauditas e russos também contribui para esse cenário. Ontem foi um dia de aversão ao risco nos mercados, resultando em quedas nas bolsas americanas e emergentes. Esse ambiente impactou os ativos brasileiros, especialmente os juros de longo prazo e a bolsa, enquanto os juros de curto prazo tiveram uma reação positiva. Agora pela manhã saiu o payroll com a criação de 180 mil vagas, um pouco abaixo do esperado, mas o desemprego por lá continua baixo, em 3,5%. Os salários também tiveram uma alta acima do esperado. Esse cenário de incerteza pode levar a mais preocupações com uma nova alta de juros nos Estados Unidos em setembro. Em resumo, o clima de aversão ao risco prevalece nos mercados, tanto no Brasil quanto no exterior.

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