O gráfico acima mostra a estrutura produtiva de diversos países em 2010. No eixo Y temos a porcentagem dos empregos de um país em atividades manufatureiras e de serviços empresariais (http://www.rug.nl/ggdc/productivity/10-sector/). No eixo X a complexidade produtiva de cada país medida a partir da diversidade e ubiquidade dos produtos encontrados em suas pautas de exportação (http://atlas.cid.harvard.edu/). O gráfico mostra claramente o que é um país rico é o que é um país pobre. Países pobres exibem complexidade baixa e empregos de pouca qualidade; países ricos exibem muita complexidade e estrutura de empregos sofisticada.
Classificamos empregos sofisticados como empregos manufatureiros somados a serviços empresariais. Seguindo a literatura sobre o tema, classificamos serviços sofisticados como serviços empresariais que migraram da manufatura ou complementam a manufatura, além dos serviços financeiros e imobiliários. Os empregos de serviços não sofisticados, agropecuária, mineração, construção civil e distribuição de água e luz foram todos classificados como não sofisticados em geral. Mineração e distribuição de luz e água tem um perfil de produtividade muito parecido em todos os países do mundo; são setores capitais intensivos que empregam pouca gente em relação ao total de ocupados da economia. A agricultura nos países pobres continua ainda empregando muita gente, em países ricos esse contingente é mínimo. De um modo geral os dados mostram que países emergentes tecnologicamente dinâmicos mostraram melhora notável em sua estrutura produtiva (Korea, China, Índia, Indonésia, México). Emergentes problemáticos não apresentaram melhora da estrutura produtiva; os destaques aqui são Brasil e Rússia.
Hausmann et al (2011) usam técnicas de computação, redes e complexidade para criar um método capaz de medir a sofisticação produtiva ou “complexidade econômica” de países com extraordinária simplicidade. A partir da análise da pauta exportadora de um determinado país, são capazes de medir de forma indireta a sofisticação tecnológica de seu tecido produtivo. A metodologia criada para a construção dos índices de complexidade econômica culminou num Atlas (http://atlas.media.mit.edu) que reúne extenso material sobre uma infinidade de produtos e países desde 1963. Os dois conceitos básicos para se medir se um país é complexo economicamente são a ubiquidade e diversidade de produtos encontrados na sua pauta exportadora. Se uma determinada economia é capaz de produzir bens não ubíquos, raros e complexos, há indicação de que tem um sofisticado tecido produtivo.
Para ser país rico tem que consumir energia e neste particular o Brasil é uma pobreza, pois numa lista de 67 países consumidores de energia o Brasil ocupa a 56ª posição. UMA VERGONHA