A proposta de Roberto Simonsen apresentada ao Conselho Nacional de Política industrial em 1944 para o Brasil enriquecer era a industrialização. Defendia planejamento do governo e política industrial para ajudar a incipiente indústria nascente brasileira; o principal instrumento que defendia eram as barreiras as atividades concorrentes externas (na linha da política de Alexander Hamilton do final dos 1700 nos EUA). Gudin não acreditava na viabilidade de uma economia industrial no Brasil. O melhor, para ele, seria o país explorar suas vantagens comparativas usando as vantagens de seu clima e a extensão das terras férteis firmando-se no cenário mundial como o grande exportador agrícola. Gudin insistiu que o processo industrializante deveria observar nossas vantagens comparativas e ser levada adiante pelo setor privado. O tempo mostrou que E. Gudin estava errado. Os dados de emprego no mundo mostram que quase não há emprego agrícola em país rico; os avanços de modelagem de Stiglitz/Krugman/Dixit mostram a indústria como setor especial. Balassa/samuelson/baumol também.Nenhum país enriqueceu sem indústria. Gravei um video de 10 minutos obre o tema:
O LIBERAL Eugênio Gudin (1886-1986)
Foi engenheiro, empresário, jornalista, homem público, introdutor dos cursos de Economia no país e Ministro das Finanças (1954-1955). Foi também o principal expoente da escola monetarista no Brasil, defensor da estabilidade da moeda, do combate à inflação como estratégia de política econômica e da retirada do Estado da economia. Em 1944, ingressou na equipe brasileira enviada à Conferência de Bretton Woods. Foi um crítico da industrialização e se opôs à criação da Petrobras e à construção de Brasília. Por muitos anos ele foi o principal formulador da direita brasileira em economia.
O DESENVOLVIMENTISTA Cochrane Simonsen (1889-1948)
Foi engenheiro, líder empresarial, fundador da Escola Livre de Sociologia Política de São Paulo, Senai e Sesi. Foi deputado, senador e membro da Academia Brasileira de Letras. Presidiu a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Simonsen era um defensor radical da industrialização do país e da proteção do Estado às indústrias nascentes. Publicou vários livros, incluindo História Econômica do Brasil. E considerado o primeiro grande desenvolvimentista no Brasil
*controversia aqui em formato digital/IPEA:
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2801:catid=28&Itemid=23


Dados: https://www.wto.org/english/res_e/statis_e/wts2018_e/wts2018_e.pdf
Produção manufatureira per capita no mundo:


Roberto Simonsen é muito elogiado por Luis Nassif. Gudin, a meu ver foi um atraso para o país. Márcio Moreira Alves era um que o criticava muito.
Muito bom o artigo, parabéns! Grande abraço!
Um economista do seu nível não ter tanto espaço na mídia quanto a trupe do instituto millenium mostra bem o quanto estamos regredindo e a nossa burguesia está pouco se importando.
obrigado!
Aproveitar as vantagens comparativas teria sido dar impulso à agropecuária e promover o desenvolvimento industrial sadio que naquela época poderia ter adquirido uma feição melhor que da Revolução Industrial cujos ganho dependia da exploração da mão de obra empregando crianças para pagar menos. Hoje tudo ficou difícil com o declínio da indústria. O Brasil está correndo o sério risco de fazer parte do grupo de países com atraso geral sem rumo, sem autonomia. Precisamos de união em defesa do país e esforço geral para evitar a consumação do declínio. Bons empregos foram exportados, a renda caiu., o desarranjo é global e de difícil recuperação face aos interesses egoísticos. Há que se examinar atentamente as causas e buscar a solução.
Me desculpem, não sou economista, sou eng. florestal e cada dia entendo mais que o Brasil será sempre isso, que a nossa unica saída, a nós que vemos essa vergonha, será um grande projeto privado e exclusivista, uma verdadeira colonia dentro da colonia, um burgo dentro desse reino feudal do Brasil. Um projeto que forme um conglomerado de empreendedores e criadores com responsabilidade social e ambiental, gente daqui e de fora, tratando o Brasil e os politicos como os chineses e os ocidentais tratam. Quem quiser participar participe, que não quiser continue com seu senhor feudal de estimação, que a gente sustentará, até o dia em que não nos for mais servível.