Ontem foi um dia de alívio nos mercados. O preço do petróleo Brent caiu abaixo de noventa dólares. As bolsas americanas conseguiram subir quase 1%, e o IBOVESPA também teve um ganho, subindo 0,67%. O dólar caiu, recuando a R$5,03, acompanhando a tendência global de enfraquecimento do DXY. Os juros de longo prazo também diminuíram no Brasil, refletindo a expectativa de um ambiente mais calmo devido à redução das tensões no Oriente Médio. É importante mencionar que amanhã o presidente dos EUA, J. Biden, viajará para Israel, e há alguma expectativa de movimentos diplomáticos, embora não se espere uma resolução definitiva dos conflitos na região. Os mercados subiram em resposta a essa expectativa de diminuição das tensões. Também contribuindo para o alívio dos mercados, os diretores do Federal Reserve (FED) têm adotado discursos mais suaves, com o presidente do FED da Filadélfia indicando que os juros provavelmente serão mantidos na próxima reunião de novembro. O mercado está projetando apenas uma probabilidade de 30% de aumento das taxas nessa reunião, com dúvidas sobre a decisão final na última reunião de dezembro. Esses discursos mais brandos dos diretores do FED têm aliviado o estresse, principalmente nas bolsas. No Brasil, vivenciamos um dia típico de alta na bolsa, queda do dólar e dos juros longos, refletindo a tendência global. Hoje vários dados econômicos relevantes foram divulgados no Brasil, com destaque para o IGP-DI de outubro, que teve um aumento de 0,52%, influenciado pelo aumento nos preços no atacado (IPA). O IPC subiu 0,25%, e o INCC aumentou 0,36%. Esses números já refletem os efeitos do aumento nos preços do petróleo e da desvalorização cambial, lembrando que um câmbio acima de cinco reais tem um impacto inflacionário significativo. Apesar disso, as expectativas de inflação no Focus para 2023 caíram para 4,75%, que é o teto da meta de inflação. Por fim, a pesquisa mensal dos serviços do IBGE trouxe uma surpresa negativa com uma queda de 0,9% em agosto, muito abaixo do esperado, o que pode impactar o PIB do terceiro trimestre. O setor de serviços representa uma parte significativa do PIB brasileiro, e essa queda é surpreendente, provavelmente relacionada às condições monetárias restritivas. Hoje nos EUA, teremos uma série de dados que serão divulgados: produção industrial e vendas no varejo, essenciais para avaliar a atividade econômica. À noite, a China divulgará o PIB do terceiro trimestre, marcando o início da temporada de dados macroeconômicos desse período.