*escrito com Fausto Oliveira
A Siemens AG já era o maior conglomerado industrial da Europa. Há pouco tempo começou um movimento de transformar algumas de suas divisões em empresas com operação separada da matriz. Em 2018, foi a divisão de tecnologias de saúde. Agora, é a de energia. Vai ser criada a companhia Siemens Energy, com operação separada do grupo. Assim ela vai se concentrar em turbinas de ciclo combinado, geradores, transformadores e compressores. Enquanto isso, a matriz Siemens AG vai poder se concentrar em digitalização industrial, infraestruturas inteligentes e soluções de mobilidade. A decisão de separar a divisão de energia se baseia no sucesso da spearação da Siemens Healthineers, que produz tecnologias de saúde, em 2008. Após a especificação, a empresa focou mais em imagem, diagnóstico, medicina molecular e serviços. O movimento revela a especialização do conhecimento corporativo para gerar novos poderes de monopólio em mercados específicos. Com posição já forte em energia, a nova empresa tende a aprofundar seu domínio de tecnologias e de mercado. Por que? Ora, a matriz Siemens AG estabelece sua nova empresa com saborosos 17,3 bilhões de euros em caixa, o que lhe garante simpatia automática dos mercados mundiais e governos. Esse é o jogo da campeã nacional alemã.




Lembrando que a Siemens teve um escandalo de corrupção revelado nos anos 2000, envolvendo altos executivos e cifras bilionárias, e apesar disso a empresa não foi destruída. Pelo contrário: puniu os responsáveis, aperfeiçoou suas ferramentas de compliance e é protegida pelo Estado alemão por ser estratégica:
https://www.dw.com/pt-br/esc%C3%A2ndalo-da-corrup%C3%A7%C3%A3o-na-siemens-atinge-13-bilh%C3%A3o-de-euros/a-2881659