Ontem a China divulgou resultados promissores na atividade econômica, com um aumento de 4,6% na indústria em outubro e um avanço de 7,6% nas vendas no varejo. Esses números exercem impacto significativo na economia brasileira e sua moeda, dada a forte relação do desempenho do real com as commodities, beneficiadas pelo crescimento chinês. Esses indicadores impulsionam a persistência do rali na bolsa brasileira. Além disso, fatores como os indicadores econômicos mais fracos nos EUA, evidenciados no início da semana com os índices de inflação ao consumidor e ao produtor abaixo das expectativas, indicam a possibilidade de a bolsa brasileira manter níveis elevados. Projeções apontam para taxas de juros longos abaixo 11%, enquanto o dólar deve situar-se abaixo de R$ 4,80 no final de 2023.
Ontem (15), o Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos EUA registrou uma deflação de 0,5%, surpreendendo as expectativas de um avanço de 0,1%. A queda nos preços da gasolina foi um fator contribuinte, e o núcleo do indicador também caiu para 0,0%, quando se esperava um aumento de 0,3%. Isso sugere que, além dos componentes mais voláteis, outras variáveis também estão apresentando redução nos preços. As vendas no varejo também mostraram-se ligeiramente mais fracas. Diante desse cenário, aliado ao relatório do payroll do início do mês, é improvável que o Federal Reserve (FED) eleve as taxas de juros, abrindo perspectivas para possíveis cortes em 2024, talvez no primeiro semestre.
Quanto à inflação no Brasil, a queda nos preços dos combustíveis pode ter um impacto positivo nos preços das passagens aéreas no final do ano, aumentando a probabilidade de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrar o ano abaixo de 4,5%. Se o dólar permanecer abaixo de R$ 4,80, isso terá um impacto significativo na redução da inflação, contribuindo ainda mais para a alta da bolsa. Adicionalmente, caso o FED comece a sinalizar cortes nas taxas de juros no próximo ano, é possível vislumbrar o dólar em torno de R$ 4,50, a bolsa atingindo os 140 mil pontos e as taxas de juros longos abaixo de 10%. Embora esse cenário ainda não seja o mais provável, ele começa a ganhar forma.