Ontem foi um dia de alívio nos mercados, surpreendentemente, devido a uma reação um pouco mais suave diante dos conflitos no Oriente Médio. Após a abertura, houve um aumento nas compras de títulos públicos americanos, mostrando que o dólar continua forte, apesar dos imensos déficits dos EUA. Os títulos públicos americanos continuam sendo considerados o principal ativo de segurança global, visto que as taxas de juros caíram consideravelmente ontem e hoje, chegando a 4,69%, numa busca por ativos mais seguros. Durante o dia, alguns diretores do FED fizeram comentários mais amenos, especialmente o vice-presidente do Fed, Jefferson, que mencionou que o aumento nas taxas das Treasuries já está ajudando a controlar a inflação nos EUA, o que significa uma piora nas condições monetárias. Isso levou o mercado a acreditar que pode haver menos aumentos de juros no futuro, possivelmente uma manutenção das taxas na reunião de novembro. Apesar do petróleo ter subido 4% ontem, atingindo US$ 88, as bolsas americanas registraram ganhos. No Brasil o real se valorizou em relação ao dólar, chegando a R$ 5,11, e a bolsa também subiu, recuperando-se para 115.000 pontos, um aumento de 0,86%. Os juros longos também cederam. Hoje pela manhã, surgiram notícias sobre mais estímulos fiscais na China, o que impulsionou os preços do minério de ferro. Além disso, a prévia do IGP-M de outubro apresentou resultados ligeiramente melhores para a inflação, com uma queda de 0,30%. O IPC-M também teve uma queda de 0,06%, enquanto o INCC subiu 0,23% e o IPA caiu 0,44%. Essas são boas notícias após os aumentos observados nos índices de inflação em setembro. A grande incerteza agora é se a Petrobras manterá o preço da gasolina ou repassará o aumento decorrente da última alta do petróleo, que atingiu US$ 88 por barril. Isso é crucial para a trajetória da inflação no Brasil no final do ano. Amanhã, teremos a divulgação do IPCA, um dado fundamental para o Brasil. Hoje, o presidente do Banco Central, Campos Neto, fará um pronunciamento, e o mercado estará atento a qualquer comentário sobre a política monetária. Nos Estados Unidos, o grande dado a ser observado na quinta-feira é o Índice de Preços ao Consumidor (CPI), lembrando que o mercado reagiu positivamente aos números da semana passada, que mostraram um aumento na oferta de trabalho, um pequeno aumento no desemprego e um aumento menor do que o esperado nos salários, apesar da criação de mais de 300.000 empregos em setembro. Isso foi interpretado como um sinal positivo de que a inflação não está acelerando. O CPI desta quinta-feira será importante para confirmar se a tendência de inflação abaixo de 3% nos Estados Unidos está se consolidando e se o FED pode estar se aproximando do fim do ciclo de aumentos de juros.
