Um resumo dos choques de juros no Brasil desde o plano real

Desde 1994, o Brasil passou por diversos momentos de alta de juros, nos quais a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, foi aumentada pelo Banco Central. Essas altas de juros ocorreram em resposta a diferentes cenários econômicos e objetivos de política monetária. A seguir, são destacados alguns dos momentos mais significativos de alta de juros no país:

  1. Crise da Rússia e Ásia (1997-1999): A crise financeira que atingiu a Rússia e vários países asiáticos resultou em turbulências nos mercados internacionais e afetou o Brasil. Para conter a desvalorização cambial e controlar a inflação, o Banco Central elevou a taxa Selic, promovendo uma política monetária restritiva.
  2. Crise energética (2001-2002): A crise energética no Brasil, causada pela escassez de chuvas e a dependência de hidrelétricas, gerou preocupações quanto à inflação e ao risco de racionamento de energia. Como resposta, o Banco Central optou por elevar a taxa Selic, buscando controlar a demanda agregada e evitar pressões inflacionárias.
  3. Aumento da inflação (2013-2016): Durante esse período, a inflação no Brasil aumentou consideravelmente, impulsionada por fatores como aumento dos preços administrados, desequilíbrios fiscais e desvalorização cambial. Para controlar a inflação e ancorar as expectativas, o Banco Central realizou sucessivos aumentos na taxa Selic, adotando uma postura mais restritiva.
  4. Ajuste fiscal e combate à inflação (2015-2016): Diante da necessidade de promover o ajuste fiscal e combater a inflação, o Banco Central elevou novamente a taxa Selic. O objetivo era restringir o consumo e reduzir as pressões inflacionárias, em um momento de desaceleração econômica e incertezas políticas.
  5. Combate à inflação gerada pela pandemia, invasão da Ucrânia pela Rússia e estímulos econômicos de 2020 e 2021. Selic sai de 2% e vai a 13,75%

É importante ressaltar que as altas de juros têm como objetivo principal controlar a inflação e manter a estabilidade econômica. No entanto, elas também podem impactar o crescimento econômico, aumentar o custo do crédito e afetar o consumo e os investimentos. Assim, o Banco Central busca equilibrar esses objetivos ao tomar decisões sobre a taxa Selic, levando em consideração o cenário econômico, as expectativas de inflação e outros indicadores relevantes.

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