O mês de setembro de 2015 foi marcado por uma forte aversão ao risco graças ao medo de subida de juros na economia americana. O S&P voltou a atingir mínimas de 12 meses como no mês de agosto. Os mercados financeiros em geral e bolsas em particular passaram por fortes realizações antes da reunião do FOMC de setembro. Com o adiamento da alta de juros para o final do ano a aversão ao risco se dissipou e as bolsas de países ricos e emergentes voltaram a ganhar terreno no final de setembro e início de outubro. O movimento na bolsa brasileira, no mercado de câmbio e de juros também seguiu esse padrão, agravado pelas incertezas fiscais. O dólar atingiu a máxima de 4,25 durante o mês. Os juros longos foram a 17,5 e a Bovespa ficou próxima das mínimas do ano.
No Brasil a perda de grau de investimento pela agência S&P intensificou essa dinâmica. O BC brasileiro e o tesouro atuaram com sucesso para diminuir o nervosismo. Os leilões de linha e vendas de swap cambial ajudaram a estancar o movimento de forte desvalorização da moeda brasileira. As recompras de títulos públicos do tesouro contribuíram para segurar a escalada das taxas longas de juros. A curva de juros apresentou expressiva deterioração durante o mês, com taxas futuras registrando fortes altas em todo o horizonte de vértices após o rebaixamento do rating soberano, aprofundamento da crise política e seguidas decepções com a perspectiva fiscal do país. A forte depreciação da moeda brasileira, que chegou rapidamente à cotação de 4,20 reais por dólar, colocou no radar dos agentes a possibilidade de o BCB ser obrigado a voltar a elevar a taxa Selic, não descartando a necessidade de um choque de juros para estabilizar a moeda e levou as taxas de curto prazo a se elevarem consideravelmente. As taxas longas também se elevaram, com alta volatilidade, acompanhando a piora do CDS do país.
O movimento de contenção de stress na segunda quinzena do mês de Setembro foi obviamente ajudado pela decisão do FED de postergar o aumento das taxas curtas de juros nos EUA. No final do mês, bolsa, câmbio e juros no Brasil acabaram terminando em níveis menos extremados em relação ao que se observou durante o mês.
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